sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

11h41

Não sei porque escrevo. Não sei o que eu quero escrever. Mas sei que quero. Disso eu tenho certeza. A verdade é que eu acabo só publicando aquilo que eu escrevo de melhor. Não de melhor qualidade – porque acho tudo igualmente muito primitivo – mas de melhor moral. Parece que é meio sugestivo admitir que eu não sou perfeita, parece que as pessoas vão desistir de querer ser perfeitas um dia.

Agora estava pensando, será que mostrar tudo de ruim que às vezes sinto, penso e faço não seria um consolo para que todo mundo visse que tem direito de não ser perfeito? E melhor, eu desistiria desta loucura.

Alguns dizem que quem escreve, escreve é porque é torto, tem um parafuso a menos e não sabe o que fazer com isso, por esse motivo escreve. Meio que seria uma terapia pra pessoas inconstantes e confusas. Acho que faz sentido.

Sou muito curiosa. Isso me mata. Não saber todas as respostas do mundo, todas as soluções e todas as saídas de emergência me mata. Não ter lido todos os livros, não ter visto todos os filmes, não estar sabendo de todas as noticias, não conhecer todas as pessoas, tudo isso, de verdade, me deixa meio atacada.

Hoje então, resolvi escrever o que realmente queria escrever como sempre faço, mas resolvi publicar também. Com toda a confusão mental e estrutural.

O que acontece de verdade, é que eu aprendi com a minha avó materna, com minha mãe e com todos da sua família que reclamar da vida é feio. Sempre levei isso ao pé da letra nessa minha vidinha pequena de 20 anos. Entretanto, só agora eu percebi que elas se mostram confusas. Mostram que são humanas. Então entendi: o problema não é perceber e admitir que se tem conflitos internos. O problema é o que se faz com esses sentimentos. Posso muito bem ser uma pessoa confusa e feliz né? Elas são, eu também posso.

Que bom, estou mais leve agora. Pensando assim me permito escrever com um pouco mais de verdade cotidiana. E talvez, menos esporadicamente. Permitir é a palavra de hoje. Vou ali comprar um chocolate!

P.S.: Só eu lembro do filme As Patricinhas de Beverly Hills quando falo esporadicamente?

11h53