Raio-X das escolas
Estudantes levam a sério trabalho no colégio e fazem documentário
Bárbara Souza, Vanessa Silva, Pamela Tavares e Uila Silveira, todas de 16 anos e estudantes do colégio Padre Reus, são gurias normais. Normais, mas não óbvias. Diferentemente de boa parte dos jovens, que cumpre os trabalhos escolares simplesmente porque valem nota, elas decidiram levar a sério um projeto do colégio delas.
–Tudo começou em uma aula de literatura, quando a professora nos passou um trabalho em que precisávamos analisar a situação do ensino no Brasil – conta Bárbara.
- A diferença foi que, ao invés de apenas fazer o trabalho, fazer uma capa, introdução... Decidimos ir a fundo e pesquisar a realidade de algumas escolas de Porto Alegre – explica a Uila.
- É! Daí surgiu a idéia de fazer um vídeo, mostrando as diferenças das escolas, por isso fizemos questão de pegar uma escola particular e duas escolas públicas – completa Bárbara.
E elas gravaram mesmo. Pintaram em três escolas porto-alegrenses: Maria Imaculada, Protásio Alves e Padre Reus.
- No colégio Maria Imaculada a direção separou um pessoal que era do Grêmio para conversar com a gente, já no Protásio Alves nós conversamos com uma turma da tarde. Acabamos ficando um tempão com a turma porque houve a troca de período e o professor do outro período não veio... – comenta a Bárbara.
Conversaram com alunos e professores, colhendo depoimentos e imagens sobre a visão das pessoas sobre a educação no Brasil. O resultado? Mais de oitenta horas de trabalho, vários vídeos (até brigas as gurias presenciaram).
- A gente escutou todo tipo de história possível. Um dos guris entrevistados falou que a coisa mais bizarra que ele já viu no colégio foi um colega dele transando com a ficante no banheiro da escola. Quando a gente perguntava para as pessoas o que é educação pra ti todo mundo dizia a mesma coisa, “é a base para tudo, é a base para tudo”. Parece que ninguém foi ensinado para pensar por si próprio, mas sim para repetir um único conceito – desabafa Bárbara.
O que vocês concluíram no final de toda a parada?
Bárbara – Que os jovens são todos iguais. Eu digo, a maior diferença está nas oportunidades que cada um recebe, mas no fundo no fundo, os jovens são bem parecidos, têm sonhos e problemas parecidos, oportunidades diferentes. E também para sentir na pele o mundo em que eu quero viver.
Vanessa – Eu passei a dar muito mais valor ao que eu já tenho. Vi que existem muitas pessoas em condições inferiores que a nossa, mas com um ânimo muito grande em seguir em frente, em aprender, em melhorar o nosso pais. Isso me motiva.
Uila - Antes de começarmos nos vimos o filme Pro dia nascer feliz, que nos inspirou muito. Acho que esse trabalho foi legal para nos fazer refletir, pensar no mundo em que vivemos e em como podemos mudá-lo.
Pamela – Acho que foi interessante para me situar no mundo em que vivo. Conhecendo outras realidades eu passei a entender mais as pessoas
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