sexta-feira, 23 de março de 2007

Viver e aprender: um direito!

Por favor, adultos completos, não tentem depositar em mim todas suas decepções e traições com a tentativa de que eu não sofra, será em vão, vocês são vocês, eu sou eu.

Eu acredito e quero acreditar que sempre serei feliz; que as pessoas que eu amo continuarão comigo por muitas encarnações; que encontrarei um príncipe encantado que me proporcionará muitos momentos bons, mas que juntos sejamos dois, não metades; que sempre, mesmo quando adultas de verdade terei tempo para falar bobagem, rir e brincar com minha melhor amiga e que nossa amizade nunca mudará; que meus bichinhos de estimação me entenderão, pra sempre, assim como eu os entendo, que me amarão como eu os amo; que nunca terei minha confiança traída e que se acontecer, saberei perdoar; que serei não só uma jornalista, mas uma pessoa completa e plenamente feliz por ter uma realização profissional; também, que essa realização profissional seja a garantia de uma vida, pelo menos 80% feliz; que eu nunca passarei por um roubo nem mesmo de escova de dentes, de um chiclete ou de um brinco; que meus anjos estarão sempre comigo e que aquelas “sortes diárias” que eu sempre tenho na verdade sejam toques de carinho deles para comigo; que nunca faltará chocolate aqui em casa; que eu falarei, até o fim da vida, pelo menos cinco idiomas; que minha vida será como um filme dos mais gostosos possíveis, aqueles que mesmo a dor é bonita e feliz, que eu seja movida por amor, fazendo com que tudo de negativo passe reto por mim e que eu aprenda muito com a vida em todos os sentidos possíveis do mundo.

Mas se, por ventura, vocês tiverem razão e tudo isso que me dizem for verdade, saberei depois, quando “quebrar a cara”, quando viver isso tudo, aprendendo comigo mesma, com meus erros e acertos, não vou me frustrar por situações que nunca passei, quero viver, quero “cair de cabeça” em tudo que fizer, com todos que me relacionar, como sempre fiz, quero viver intensamente, fingindo que nada nem ninguém que não seja pelo menos tão bom quanto eu conseguirá se aproximar de mim, quero viver de verdade, com meu otimismo que nunca, um dia se quer, me fez infeliz, tampouco me deu desgosto.

Não vale a pena, não tem sentido, viver pisando em ovos, não quero ser uma pessoa que não arrisca, uma pessoa que não ri com medo de que um dia poderá, talvez, chorar, quero viver, sentir, sorrir e se não tiver outra opção e assim tiver que ser chorar, mas por mim mesma, pelos meus próprios sentimentos sem cair na asneira de me armar a cada dia que sair da cama para me proteger de tudo e de todos pensando no que me dizem, nos riscos que corro, simplesmente, não quero saber, eu é quero viver.