sábado, 24 de fevereiro de 2007

Por que será que eu sempre gostei de ser do contra? Na creche eu era contra a uma das “tias” que achava que nós, criancinhas tão comportadas, de dois anos de idade (imagine, praticamente idosos com alzheimer), deveríamos, obrigatoriamente, segurar na cordinha durante os passeios pelas longas (na época) ruas do exuberante, verde, mágico e cheiroso bairro Cidade Baixa. Felizmente meu protesto nunca foi ouvido!

No ensino fundamental não admitia quando a chata, mal educada e prepotente professora Marli com seu cabelo tricolor (cor de burro quando foge e de cocô de cavalo, com alguns toques de branco) queria por que queria fazer espelho de classe, eu achava aquela idéia absurda, não por ser contra o espelho em si, mas ela não era a pessoa mais indicada para organizar a sala, ela era o Judas de toda a história, mal nos conhecia, não nem nossos nomes ela sabia (exceto o meu, claro!) e ainda por cima era uma das duas únicas professoras que me odiaram até hoje. hehehe

Fui até a direção, fazer jus ao meu cargo de líder de sala, e educadamente expus o problema para a diretora, que por sua vez me tinha como aluna exemplar, entretanto nem o amor inabalável que sentia por mim amoleceu seu coração e ela simplesmente me responde: “Bárbara, então me prove por que a Marli não deve ser a professora encarregada pelo espelho”.

Saí daquela sala cabisbaixo, entretanto como diria um sábio narrador da história de Joseph Climber (não seja preguiçoso, clique e assista para entender! http://www.youtube.com/watch?v=3Kt9sRy9mws ) “Qualquer um ficaria desmotivado, chateado, mas não essa guria, não Bárbara Souza”, juntamente com meus comparsas Rafa e Léo, gravamos no celular nossa querida, amada e idolatrara, salve salve professorinha, nos xingando, nos mandando a merda, ao inferno, ao Cazaquistão e afins, como nem sempre tudo pode ser perfeito, nosso plano nos rendeu três processos, que foi dividido entre as três pobres mamães, mas pergunte pelo espelho de classe! Rá! =)

Tudo bem, meus motivos eram bem relevantes né? Mas nem sempre foi assim!

Noite fria na capital do Rio Grande, apartamento na Edmundo Bintencour, um casal, uma filha de dois anos, um amigo, tudo parecia normal, como em qualquer noite do inverno rigoroso de 1993, um descuido e a criança tira não sei de onde um minúsculo pedaço de fio desencapado, com suas mãos compridas e grandes referente ao resto do corpo, assim como seus pés, leva lentamente o dito cujo para em frente ao nariz, quando do fundo da enorme (também na época) sala ouve-se um frase desesperada de seu pai que fingia estar calmo para não assusta-la “Não! Tira isso agora do na...” e já era tarde, como toda força do seu ser a criatura aspira profundamente o fio de luz como que para fazer sua própria vontade. Depois da sua 24˚ visita ao pronto socorro tudo, como sempre, acabou bem!

Qualquer semelhança com a mania de ser do contra dessa criança e eu, não é mera coincidência! hohoho

OBS: Hoje sou diferente!!! hehehe